terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Lançamento Carmen Lucia e Douglas Apratto

Douglas Apratto e Cármem Lúcia lançam livro 20h00, 16 de dezembro de 2008


Assessoria
Ruínas de engenho
Ruínas de engenho

O historiador Douglas Apratto Tenório e a museóloga Cármen Lúcia Dantas

lançam amanhã, às 19h, o livro "Caminhos do Açúcar, Engenhos e Casas-Grandes de Alagoas", publicado pelas Edições do Senado Federal. Depois de ser lançada no mês de agosto na Biblioteca Luiz Viana Filho, no Congresso

Nacional em Brasília, a obra estréia em Alagoas na noite de autógrafos

programada na Livraria e Café Livro Lido, situada na Rua Sá e Albuquerque,

no Jaraguá.

O livro iconográfico propõe um retorno ao passado, abordando a influência

dos engenhos de açúcar e das casas-grandes na formação da sociedade

alagoana. De um lado, o professor Douglas Apratto faz uma análise política e

econômica do ciclo do açúcar. Do outro, Cármen Lúcia desvenda a história da

vida privada das famílias dos senhores de engenho, tendo como ponto de

partida a arquitetura e o mobiliário das casas-grandes.

De acordo com Douglas Apratto, foi o engenho de açúcar o suporte da expansão colonizadora e o responsável pela constituição dos primeiros núcleos

povoadores que deram origem às cidades alagoanas. "A ocupação do antigo

território caeté, a parte austral da capitania da Nova Lusitânia, foi feita

a partir de três pólos de povoamento. O primeiro em Porto Calvo, o outro em

torno de lagoas maiores, a do Norte e a do Sul, conhecidas pelos indígenas

como Manguaba e Mundaú, que viram florescer os povoados de Santa Maria

Madalena da Lagoa do Sul e Santa Luzia do Norte. Finalmente, o terceiro,

mais ao sul, tendo como centro Penedo. A irradiação desses três núcleos,

fundamentados os dois primeiros em torno dos engenhos, e o terceiro, nos

currais e na pecuária, deflagrou o processo de colonização", afirma,

mencionando que a capital, Maceió, teve formação tardia, no século XVII.

Carmem Lúcia Dantas, por sua vez, não se deteve nos aspectos sociológicos ou antropológicos relacionados às casas-grandes, muito discutidos por outros

autores alagoanos. Ela preferiu fazer um levantamento arquitetônico das

moradias das famílias dos senhores de engenho, com a intenção de contribuir

com a preservação da memória documental da época e o registro fotográfico do que ainda foi possível recolher. De acordo com a autora, nos primeiros

séculos da colonização, a casa do senhor de engenho era denominada "casa de vivenda" ou "casa de moradia", conforme o vocabulário dos colonizadores

portugueses. A expressão "casa-grande" foi criada pelo escritor

pernambucano, Gilberto Freyre, no seu livro "Casa Grande & Senzala" e assim

ficou imortalizada.

"Sendo os senhores de engenhos de origem lusitana, nascidos além-mar, ou

filhos de portugueses, o certo é que o sangue ibérico que corria nas veias,

irrigando lembranças, os fez semear em suas terras usos e costumes que

trouxeram de seu país ou adquiriram com seus familiares europeus. Trazendo

essa bagagem, levantaram suas casas inspirados nos elementos construtivos da Península Ibérica, notadamente do Portugal Agrário. Essa prática assegurou certa fidelidade ao estilo ibérico, mas com algumas adequações à colônia, uma vez que as condições climáticas do trópico, os materiais aqui

encontrados e as necessidades locais e particulares dos proprietários

definiram as suas diferenças", afirma Cármen.

Os autores

Cármen Lúcia Dantas e Douglas Apratto já escreveram outros livros a quatro mãos: "Arte Sacra em Alagoas" e "Casa das Alagoas". O professor e historiador Douglas Apratto Tenório é atualmente vice-diretor

geral do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac) e é autor dos

livros "Tragédia do Populismo" e "A metamorfose das Oligarquias", entre

outros. Ele possui graduação em História pela Universidade Federal de

Alagoas (1972), mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1992) e doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1994).

Cármen Lúcia Dantas é alagoana de Penedo. Formou-se em Museologia na

Universidade Federal do Rio de Janeiro e fez Mestrado em Literatura, na

UFAL. Sua carreira está intimamente associada à história do Museu Théo

Brandão que, após 14 anos de portas fechadas, foi recuperado por ela - que o tornou uma referência nacional.

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